Coluna do Gerson Nogueira – 31.10.13
31 de outubro de 2013 at 12:34 pm Deixe um comentário
As contas da sobrevivência
A matemática passa a ser, a partir de agora, tão importante quanto a estratégia de jogo na Série B. Ainda na zona da morte, mesmo depois de vencer o América em Belo Horizonte, o Paissandu debruça-se sobre as contas para escapar à degola. Chegou a temida hora de recorrer à máquina calculadora, quase uma sina na vida dos clubes paraenses.
Com 35 pontos ganhos, o Papão precisa – segundo cálculos mais atualizados – acumular pelo menos mais 11 pontos para não ser rebaixado. Terá seis rodadas para alcançar esse objetivo. Três jogos em casa – Oeste, Palmeiras e Bragantino. Três fora – Joinville, Icasa e Sport.
Paradas indigestas, com exceção talvez do Bragantino, que não ameaça ninguém como visitante. Nas demais partidas, o Papão precisará jogar muito bem e contar com a raça que caracterizou o time no confronto de anteontem na Arena Independência.
Ao mesmo tempo, terá que torcer também pelo insucesso de ABC e Atlético-GO, seus concorrentes diretos, ambos também com 35 pontos, mas à frente na classificação por critérios de desempate. Outros adversários também podem vir a ser superados, mas a possibilidade é mais remota. É o caso de América-RN, Oeste e Bragantino, que têm 39 pontos e precisam de mais sete pontos para se salvar.
Como o São Caetano está quatro pontos atrás e o ASA já caiu, restam duas vagas no bonde da desgraça da Série B. A não ser que ocorram muitas surpresas nas próximas rodadas, dois destes times – Papão, ABC e Atlético-GO – irão cair.
Diante de tal cenário, cabe ao Paissandu empenhar-se ao máximo para vencer seus compromissos em casa e tentar uma segunda vitória fora. É uma tarefa duríssima, mas não impossível. Não custa recordar que o Fluminense, há quatro anos, conseguiu renascer das cinzas na Série A contrariando todas as projeções estatísticas e formulações aritméticas.
Tribunal quer punições mais duras
Enquanto o Paissandu espera, angustiado, o desfecho do julgamento no STJD dos incidentes do jogo contra o Avaí na Curuzu, a corte máxima do esporte no país tenta liderar uma cruzada contra as arruaças de torcedores nos estádios brasileiros. Em mensagem ao presidente da CBF, José Maria Marin, o procurador geral Paulo Schmidt pede modificações no Regulamento Geral de Competições (RGC) para 2014 quanto a perdas de mando de campo. Meio tardia a preocupação, mas, ainda assim, válida.
O procurador defende a inclusão no RGC das sanções previstas pela Fifa: jogos com portões fechados, de uma torcida só e até mesmo banimentos de estádios. Pela legislação atual, os clubes punidos com perda de mando fazem seus jogos a 100 quilômetros da cidade-sede.
Schmidt entende, com razão, que essa punição não ataca o problema. Mesmo longe de seus estádios, os clubes seguem atraindo torcedores que repetem as costumeiras cenas de violência. A escalada de violência nos principais campeonatos nacional indica, segundo ele, que as penas têm tido pouca eficácia.
Além de pedir o apoio da CBF, o procurador está juntando documentos e imagens para reforçar sua tese e tenta conseguir o apoio dos ministérios públicos estaduais para que sejam criadas punições mais rigorosas nas áreas cível e criminal. Contrariando seu tradicional imobilismo, o STJD parece consciente de sua responsabilidade para que torcidas violentas sejam banidas do futebol. Bom sinal.
Goiás é “operado” dentro de casa
O árbitro Wilson Luiz Seneme, considerado um dos melhores do país, foi decisivo para o triunfo do Flamengo ontem à noite no estádio Serra Dourada. Errou em dois lances capitais. Inverteu uma falta, que levou ao segundo gol rubro-negro, e ignorou um pênalti claro sobre o goiano Wellington, aos 40 do segundo tempo. Sem seu principal jogador, o gordinho Walter, o Goiás não jogou com a agressividade habitual.
Desse jeito, mesmo aos trancos e barrancos, mas extremamente feliz quanto a interpretações das arbitragens, o Fla vai se consolidando como candidatíssimo ao título da Copa do Brasil deste ano. Grêmio e Atlético-PR, que decidem a outra chave, são até superiores tecnicamente, mas nenhum deles tem força de bastidores para superar o grande favorito.
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