Coluna do Gerson Nogueira – 07.01.14

7 de janeiro de 2014 at 12:11 pm Deixe um comentário

A mega virada em marcha

Nunca foi tão forte o risco de uma virada na série A do Campeonato Brasileiro como agora. Pela primeira vez no sistema de pontos corridos, a competição ameaça ser descaracterizada com alteração na quantidade de clubes disputantes por força de ações na justiça comum, movidas por torcedores e clubes que se consideram lesados.
Para evitar a paralisia do torneio, a CBF pode ser obrigada a suspender os rebaixamentos, mantendo 24 clubes na Primeira Divisão – os 20 de 2013, mas quatro que subiram da Série B. Com isso, vai gerar um efeito cascata nas outras divisões, todas respeitando acessos, mas cancelando o descenso.
Tudo tem a ver com a decisão do STJD que rebaixou a Portuguesa de Desportos e, automaticamente, livrou o Fluminense da queda para a Série B. Considerando-se prejudicado, o torcedor da Lusa decidiu buscar por via judicial o que a CBF e seu tribunal lhe negaram.
O obstáculo maior para esse tipo de empreitada deixou de existir desde que o Treze da Paraíba melou o campeonato da Série C em 2011, sem sofrer qualquer punição. Pelo contrário, o time paraibano foi alvo de um convite mediado pelo STF no ano passado, para que aceitasse um armistício com a CBF, estabelecendo um ponto final para o impasse.
Antigamente, sempre que um clube ou representante se assanhava para recorrer à justiça logo surgia o medo de uma penalização rigorosa através da Fifa. Os tempos são outros. Ninguém mais se amedronta com essa bazófia. A Fifa tem muitas outras coisas com as quais se preocupar. Dona CBF que se vire e resolva seus próprios problemas.
Prova disso é que, no ano passado, baseado na vitória do Treze, o Remo tentou a via judicial para obter vaga na Série D e esteve a pique de conseguir. Recuou sob o aceno de um acordo com os dirigentes da CBF, mas podia ter ido em frente, sem perigo de vir a ser castigado.
O ponto é que as várias leis vigentes no futebol brasileiro contribuem para a Babel ora estabelecida. O caso da Portuguesa, que descumpriu as normas ao escalar um jogador suspenso, comporta várias interpretações. Pelo Estatuto do Torcedor, o clube paulista está livre de punição porque a CBF não publicou em seu site oficial o despacho do tribunal sobre o atleta.
Estamos então diante de um quadro absurdo de excesso de legislação. São tantas as regras que os tribunais terminam por fazer julgamentos sujeitos a muitos erros. O caminho natural para pôr um fim na balbúrdia é a unificação dos regulamentos específicos de competições, regulamento geral da CBF e do Estatuto do Torcedor.
Em qualquer lugar mais ou menos normal essa providência já teria sido adotada, mas no Brasil sempre aparece alguém para protelar mais um pouco. E enquanto a justiça desportiva não se pautar por um código único, como nos campeonatos europeus, viradas de mesa estarão sempre a ameaçar os resultados de campo.

Parazão: a bagunça já começou

O Campeonato Paraense vai começar exatamente como terminou o do ano passado: sob bagunça generalizada. Jogos mudam de endereço, televisionamento não confirmado e abertura indefinida. Paissandu x Gavião, marcado para domingo, pode ser antecipado para sábado. A diretoria do Papão finca pé e mantém a programação domingueira.
A Polícia Militar, que se especializou em adiar ou cancelar eventos, já avisou que não pode dar segurança porque é o dia do aniversário de Belém. Não entendi bem a conexão entre as duas coisas, mas o certo é que o torcedor, principalmente cliente do negócio, está sem saber o que vai acontecer. Como diria o comendador Raymundo Sobral, valha-nos quem?!

Mais um feito do blog campeão

O blog ultrapassou a barreira dos 4 milhões de acessos. A marca – inédita na blogosfera regional – foi alcançada exatamente às 20h46 de ontem. A vitória se deve à participação diária de um pequeno exército de comentaristas, denominadas por mim de baluartes, que ajudaram a manter de pé um espaço virtual dedicado à livre troca de ideias sobre futebol, jornalismo, humor, cinema, política, comportamento e música, preferencialmente rock’n’roll.
Manter um blog requer tempo e disciplina, além de boas doses de tolerância, humildade e jogo de cintura para conviver com opiniões contrárias. Este exercício permanente de práticas democráticas está no ar desde abril de 2009, sendo que a maioria dos blogs não chega a completar seis meses de vida.
A todos os baluartes que têm participado desta caminhada, só posso dizer: muito obrigado. De coração.

Entry filed under: Uncategorized.

Coluna do Gerson Nogueira – 06.01.14 Coluna do Gerson Nogueira – 10.01.14

Deixe um comentário

Trackback this post  |  Subscribe to the comments via RSS Feed